O EM TRÂNSITO – artes performativas para novos públicos, convida miúdos e graúdos para a descoberta de universos artísticos que aliam o lúdico ao estímulo da imaginação e do pensamento.

Quarta Parede Artes Performativas Cruzamentos Criação Mediação Programação
Quarta Parede Artes Performativas Cruzamentos Criação Mediação Programação

Estamos Em Trânsito com teatro, dança, narração oral e cruzamentos, na Covilhã, Orjais e Peso, entre 18 de outubro e 21 de novembro.

Na sua 5ª edição, o Em Trânsito – artes performativas para novos públicos propõem um programa de espetáculos, espetáculos-oficina, sessões de contos e conversas assente na convicção de que as artes nos humanizam e alimentam o espanto, a curiosidade e o pensar criticamente em coletivo. E também, que nos estimulam a fazer perguntas, como “O que é que é preciso para pôr a imaginação a trabalhar?”, um dos desafios do espetáculo-oficina A Grande Viagem do Pequeno Mi de Madalena Vitorino com Ana Raquel e Beatriz Marques Dias.

Nesta edição, trazemos a vontade de nos aproximar, pensar e falar sobre e contra o silenciamento e a invisibilidade de quem dificilmente fica na História. É sobre “exclusão”, entre muitas outras coisas, que nos fala a leitura encenada Quem Matou o Meu Pai de Luís Mestre, a partir do texto homónimo de Édouard Louis. Já o novo espetáculo do ciclo Antiprincesas de Cláudia Gaiolas, Catarina Eufémia, convida-nos a celebrar a vida desta mulher marcada pela injustiça, mas também pela luta e resistência.

Trazemos outra zona sensível, esta da história do nosso país e de muitas pessoas que a viveram direta e indiretamente, a Guerra Colonial Portuguesa, através do espetáculo comunitário Lembras-te da Guerra Colonial?, uma estreia do nosso Laboratório de Artes Performativas Sénior.

Com os contadores de histórias António Fontinha e Fábio Supérbi valorizamos o património da tradição oral e defendemos a escuta “da boca para o ouvido” (e deste para o coração) como um valor revolucionário.

A programação acontece no Auditório do Teatro das Beiras, na Biblioteca Municipal da Covilhã e nos Salões Comunitários de Orjais e do Peso, e conta com 12 sessões de acesso gratuito para grupos escolares e público em geral.

Esperamos encontrar-te neste Em Trânsito!

Programa

A história de Catarina Eufémia não tem princesas nem castelos, viagens a reinos distantes ou criaturas nunca antes imaginadas. É uma história de camponeses que trabalham a terra de sol a sol, a semear, a ceifar e a colher o trigo, que depois lhes será tirado das mãos. É uma história de injustiças, mas também de resistência. Catarina é a heroína desta história porque viveu uma vida dura, mas não perdeu a alegria e a vontade de lutar por um mundo melhor. Ela nasceu e morreu no Alentejo, enfrentou os poderosos e nunca deixou de cantar. No novo espetáculo do ciclo Antiprincesas, de Cláudia Gaiolas, vamos cantar com ela.

Direção e interpretação Cláudia Gaiolas Assistência de direção Leonor Cabral Dramaturgia Alex Cassal Cenografia Carla Martínez Figurinos Ainhoa Vidal Produção executiva Armando Valente Apoio Quinta Alegre, Minutos Redondos – Centro Cultural da Malaposta/CM Odivelas e Academia Mundo das Artes Uma encomenda São Luiz Teatro Municipal e EGEAC em coprodução com Teatro Viriato, CM Mértola e Teatro meia volta e depois à esquerda quando eu disser

40 min . M/6 . teatro

Quem, na era do audiovisual e da Internet, imaginaria que o simples ato de contar histórias conheceria um renovado fôlego? A par da ancestral brincadeira de contar histórias, surge naturalmente o interesse pelos Contos Tradicionais. Modernas ferramentas como o Catálogo dos Contos Tradicionais Portugueses, permitem-nos conhecer a extensão do rico imaginário da nossa tradição oral, mas também nos obrigam a fazer mais para dignificar esse legado.

Sobre António Fontinha Pioneiro do movimento de novos narradores em Portugal, António Fontinha mantém um percurso profissional que alia a performance com a escuta e estudo da tradição oral. Jovem, frequenta a escola de atores do então Conservatório Nacional, em Lisboa. O seu percurso performativo é influenciado pelas publicações com recolhas da tradição oral portuguesa e pela observação de narradores tradicionais. É uma referência incontornável entre os novos narradores, sendo por eles citado como mentor, apoiante e inspirador de percursos e repertórios.

aprox. 45 min . M/6 . narração oral 

LEMBRAS-TE DA GUERRA COLONIAL? é um espetáculo de teatro comunitário criado a partir de narrativas biográficas e elementos documentais relacionados com a guerra colonial portuguesa, no âmbito do Laboratório de Artes Performativas Sénior.

Entre 1961 e 1974, os/as cocriadores/as e intérpretes deste espetáculo eram jovens a enfrentar as consequências fraturantes da guerra colonial, entre as quais, a mobilização como soldados ou esta ameaça, no caso dos rapazes, e o lidar com a partida e a perda de entes queridos.

Recorremos ao poder simbólico do teatro para convocar esta zona sensível na história de Portugal, Angola, Guiné e Moçambique, na voz de quem a vivenciou e, a partir daí, refletir entre nós e com o público sobre as suas sequelas, individuais e coletivas, e também, relações com a atualidade. Como dizemos num momento: “Continuamos a pensar pouco sobre isto. É isso que estamos a fazer.”

O Laboratório de Artes Performativas Sénior é um projeto de experimentação, pesquisa e criação artística para adultos a partir dos 60 anos com recurso a metodologias artísticas participativas. Desenvolvido pela Quarta Parede desde 2018, já conta no seu historial com cinco espetáculos de criação coletiva.

Interpretação e cocriação Alexandra Trindade, Céu Marchão, Céu Tavares, Conceição Saraiva, Fernanda Lourenço, Fernando Paiva, Hermínia Matias, Ilda Ribeiro, José Alberto Pais, Maria Fernanda Cassapo, Mário Pinto, Otília Silva Direção artística Sílvia Pinto Ferreira Paisagem Sonora Defski Luz e coordenação técnica Ricardo Marques Produção e Comunicação Vanessa Costa Apoio à produção Inês Gonçalves Apoio Câmara Municipal da Covilhã/ Centro Ativ’Idades

aprox. 60 min. M/12 . teatro

Uma sessão de contos e causos retirados das matas, morros, rios e quintais poeirentos lá das Minas Gerais. Histórias que nos apresentam as gentes, bichos e criaturas encantadas desses sítios que evocam outros tempos.

Os contos foram recolhidos pelo narrador Fábio Supérbi em Minas Gerais – Brasil, principalmente nos arredores de Ponte Nova, sua terra natal. Mas naturalmente, a busca se expandiu para outras cidades e para outras vozes.

Dessa forma, somos levados a conhecer um pouco desse ambiente com seus habitantes singulares. Figuras saídas dos descampados, dos pastos e currais, dos brejos e lagoas para contar suas histórias. E também podemos mergulhar nesse universo dos animais e criaturas fantásticas vindas dos moinhos d’água, cemitérios, galinheiros e do cimo das porteiras.

Uma jornada divertida e sonora na qual o narrador Fábio Superbi reconstrói suas memórias dos terreiros e cafezais, montes e rios, das seriemas e macacos, das cantigas e brincadeiras e claro, das comidas e os cheiros.

Sobre Fábio Supérbi Narrador de histórias e marionetista. Trabalha com contos tradicionais, memória e literatura. É brasileiro de Minas Gerais. Adora pão de queijo com goiabada e cruzou o mar para contar e ouvir histórias.

aprox. 45 min . M/6 . narração oral

Em cima de uma grande mesa, uma bailarina dança e uma música canta e toca. O público, sentado à volta, observa as duas de perto. Elas dançam, cantam e tocam para que este decifre como são e de onde vêm os seus passos, os seus gestos, a sua figura em movimento. Como se juntam aspetos do que as artistas veem no momento em que dançam e tocam para um grupo de adultos e crianças, com os micro movimentos, olhares e poses do público enquanto observa?

Mi, neste caso, é uma abreviação de micro movimento. Ou seja, a fonte que sustenta todo o espetáculo.

Criação Madalena Victorino Cocriação e interpretação Ana Raquel e Beatriz Marques Dias Livros A grande viagem do pequeno Mi de Sandro William Junqueira e Rachel Caiano, Labirinto de Regina Guimarães e João Alves, OH! de Josse Goffin Fotografias João Mariano e Rita Santana Vídeo Miguel Mares Criação MIRAGEM!, LAVRAR O MAR Coprodução Casa d’Avenida de Setúbal Apoio à circulação DGArtes

60 min . M/6 . cruzamentos

O escritor Édouard Louis regressa ao lugar onde nasceu para visitar o pai: uma cidade numa das regiões mais pobres de França. Na casa paterna, o que outrora foi um homem que exprimia a sua virilidade através da violência e que oprimia o filho inteligente e dócil, encontra um corpo com cinquenta e poucos anos, que mal consegue andar e respirar.

Quem Matou o Meu Pai é um relato comovente do reencontro entre o autor e o seu pai, da recordação de uma infância caracterizada pela dor e danificada pela pobreza, vergonha e homofobia, e a acusação ao poder político pelo abandono das classes baixas da sociedade.

Texto Édouard Louis Tradução Luísa Benvinda Álvares Direção e leitura Luís Mestre Desenho de luz e espaço cénico Joana Oliveira Operação Pedro Correia Fotografia, vídeo e espaço cénico Ana Joana Amorim Produção Patrícia do Vale Coprodução Casa das Artes de Famalicão, 23 Milhas, Teatro Diogo Bernardes, Centro Cultural Raiano, Centro Cultural de Belém, Teatro Municipal de Bragança, Teatro-Cine de Torres Vedras, Teatro Municipal de Vila Real, Quarta Parede, Teatro Ribeiro Conceição, Teatro Nova Europa

45 min . M/14 . teatro

Inscrições & Reservas

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A participação nas atividades do EM TRÂNSITO é gratuita, num sentido de missão de serviço público pelo acesso às artes e à cultura de todas as camadas da população.

As atividades dirigidas a público escolar são de inscrição prévia obrigatória, as restantes atividades estão sujeitas à lotação dos espaços.

Inscrições e reservas através: +351 926 276 267 / 968 057 137 ou por e-mail para geral@quartaparede.pt.

Financiamento & Apoios

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Em Trânsito - artes performativas para novos públicos é financiado pela  República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes e Câmara Municipal da Covilhã Tem o apoio da Junta de Freguesia de Orjais, Teatro das Beiras, Associação da Juventude do Peso, Jornal do Fundão e Rádio Clube da Covilhã.

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