Festival Y#14
O festival Y marca uma vez mais presença nas cidades de Covilhã e Castelo Branco. Através dele, a região pode assistir a espetáculos que de uma forma muito específica marcam a geografia da criação artística contemporânea. Grande parte dos criadores que apresentamos está pela primeira vez no Y, como João Garcia Miguel, Yola Pinto, João Martinho Moura e o músico António Rafael (do conhecido grupo Mão Morta), Joana Guerra ou o coletivo Estupendo Inuendo. Raquel André, Tiago Cadete e a Teresa Silva já tinham sido apresentados no nosso 1º andar-mostra de criadores emergentes, uma aposta que muito nos orgulha termos organizado, e voltam agora com um percurso já deveras reconhecido entre os jovens criadores nacionais. Leonor Keil retorna ao Y como coreógrafa depois de ter participado noutras edições como bailarina.
Apostamos também no cruzamento com a fotografia através dos olhares sobre o território de Augusto Brázio e Nelson D’Aires. A residência dos dois fotógrafos no concelho da Covilhã integra ainda uma masterclass e irá culminar em 2019 com a edição de duas publicações.
A partir do universo temático “Cartografias-do interior para o exterior e vice-versa”, o Y Públicos volta a promover a mediação, sensibilização e formação de públicos através de várias ações artístico-pedagógicas e, também, de encontros com artistas.
Por todas estas razões, é um prazer renovado podermos desfrutar de mais uma edição, a 14ª, junto dos nossos públicos.
Rui Sena, diretor artístico
Programa
Joana Guerra
15.jun. 21h30 . Café-concerto do Teatro das Beiras
Joana Guerra, cantora e violoncelista, com um percurso artístico interessante entre a improvisação e a composição. Guerra consegue a união iluminada entre a canção e a electro acústica que estabelece em ‘Cavalos Vapor’ - segundo disco a solo com edição da Revolve de Novembro 2016 - um tratado de encanto. Canções impressionistas e experimentais, alinhadas pela hipnose do violoncelo, que se revelam em camadas de luz sobre as quais paira uma voz em chamamento onírico. É das intérpretes mais transversais no universo lisboeta e com uma presença consistente, não só a solo, mas também no teatro, na dança ou na colaboração intensa com a cena de improvisação livre.
Voz, violoncelo, eletrónica Joana Guerra
50 min . M/6 . música
Leonor Keil
Bianca Branca
19.jun. Auditório Teatro das Beiras . Covilhã
Inspirado no conto “Bianca” de Fausto Gilberti
Branco é a cor preferida da Branca
Há quem diga que branco é uma cor sem ser cor
Numa empolgante e envolvente confissão
Branca conta-nos os seus pequenos prazeres, sonhos, medos, desejos todos eles de cor branca
Quando menos esperamos
podemos ser surpreendidos por um sentimento muito forte
e de repente, o mundo fica de pernas para o ar
Mas muito mais humano e principalmente mais colorido
Coreografia Leonor Keil | Cenografia e figurino Henrique Ralheta | Desenho de luz Wilma Moutinho | Sonoplastia Sérgio Milhano | Interpretação Marta Cerqueira | Assistente de cenografia e figurino Sebastião Soares | Elaboração de cenário Joana Areal | Produção executiva e agenciamento Culturproject
25 min . M/3 . dança
Tiago Cadete
Pangeia - a partir dos irmãos Grimm
9.out. 14h30 . Auditório Teatro das Beiras . Covilhã
Pangeia é uma viagem sonora e visual pelo universo dos irmãos Grimm em que o palco se transforma num museu imaginário de objetos curiosos, através de sons escutados em headphones. Os objetos remetem para o imaginário dos contos fantásticos, como a floresta cheia de armadilhas, a magia negra da bola de cristal ou os feitiços da bruxa má. Nesta viagem, acompanhada por dois investigadores, vamos descobrir o ponto de vista dos objetos que ilustram os contos. Pangeia é um espetáculo para o público juvenil que reúne em palco várias linguagens como o teatro, a dança e as artes visuais, recuperando assim a ideia dos Gabinetes de Curiosidades criados no século XVI que reuniam objectos raros e artefatos da biologia, tornando-se nos percursores dos museus de arte. A coleção aqui apresentada tem contornos ficcionais: 4 mesas e 200 objetos que representam cada conto.
Criação e instalação visual/sonora Tiago Cadete | Pesquisa de projeto Tiago Cadete, Jonas Lopes, Leonor Cabral & Bernardo de Almeida | Interpretação Bernardo de Almeida, Leonor Cabral & João de Brito | Voz off Alfredo Martins, Ana Mendes, Bruno Alexandre, Alexandre Huca, Catarina Vieira, Célia Jorge, Crista Alfaiate, David Marques, Fabíola Lebre, Isabél Zuaa, Joana Barros, João de Brito, João Sousa, João Villas-Boas, Luís Puto, Marco Paiva, Marina Ana Filipe, Miguel Damião, Paula Diogo, Raquel André, Solange Freitas, Tânia Alves, Tiago Bôto e Wagner Borges | Figurinos Carlota Lagido | Direção técnica Nuno Patinho & Carlos Ramos | Projeto financiado por GDA - Apoio de Criação | Coprodução Culturgest - Fundação CGD | Produção e difusão EIRA
50 min . M/6 . cruzamentos
Estupendo Inuendo
Ele Tem Uma Guitarra e Eu Não Tenho Nada
23.out. 14h30 . Auditório Teatro das Beiras . Covilhã
Ele Tem Uma Guitarra e Eu Não Tenho Nada é um espetáculo em que se contam estórias. Sim, leram bem. Não são histórias. São estórias. Trágicas, urbanas, negras. Que nunca aconteceram na realidade mas que acontecem todos os dias nas cabeças dos dois personagens que as vão contar: um rockeiro ex-foleiro e um indigente obediente.Dois atores, duas cadeiras, duas bananas e uma guitarra contam e cantam estórias a partir do seu universo pessoal. As estórias - assim como toda a ação - são ornamentadas com um trabalho depurado da palavra e do movimento, acompanhados pela musicalidade da guitarra e das vozes e artilhados de comédia, melodrama, clown, poesia e uma relação ímpar com o público.
Texto Alexandre Sá | Música Luís Almeida | Interpretação Alexandre Sá e Luís Almeida | Dramaturgia, encenação e figurinos Estupendo Inuendo | Projeto gráfico Diogo Dias | Fotografia Pedro Santos | Vídeo Jworks | Apoio Clown Laboratori Porto e Nuvem Voadora | Produção Estupendo Inuendo e Cabe-Cave Associação Cultural
60 min . M/12 . teatro/música
Filipe Pereira e Teresa Silva
Nova Criação
31.out. 21h30 . Cine-Teatro Avenida . Castelo Branco
Começamos esta Nova Criação a formar arquivo, confiando que se captássemos o que fazíamos, poderíamos olhar para o que já aconteceu e assim, tentando não perder o fio à meada, procurar pistas que nos informassem sobre o que poderíamos construir para a frente. A cada nova dança a dois gravamos e projetamos na parede de fundo a filmagem da vez anterior. A partir daqui desenvolvemos um dispositivo cénico que é uma possível materialização do movimento de ida do agora para o passado e para o futuro. Uma mise en abyme ou túnel temporal, que permite ver o que se repete e o que varia, revelando o caminho de construção desta peça. Filmar é tentar sobreviver, mas é também mostrar uma morte. Daí surge a necessidade de reformulação constante, porque precisamos sempre de continuar. Não é?
Direção artística, interpretação, cenografia, figurinos e vídeos de arquivo Filipe Pereira e Teresa Silva | Direção técnica e desenho de luz Frederico Godinho | Desenho de som Rui Dâmaso | Acompanhamento artístico Sabine Macher | Coprodução Teatro Maria Matos/Festival Temps d’Images Lisboa | Apoio à criação Circular Associação Cultural e Materiais Diversos | Apoio a residências 23 Milhas - Fábrica Ideias, Gafanha da Nazaré, Devir/CAPa, Materiais Diversos/Centro Cultural do Cartaxo e Escola Superior de Dança, O Espaço do Tempo e Walk&Talk - Festival de Artes/Teatro Micaelense | Registo videográfico do espetáculo Mariana Bártolo | Registo fotográfico Alípio Padilha, Bruno Simão e Maria Gomes | Agradecimentos André e. Teodósio, David Cabecinha, Horta Seca e O Espaço do Tempo
50 min . M/6 . dança
Yola Pinto
Poeira de Estrelas
17.nov. 17h00 . Auditório Teatro das Beiras . Covilhã
Poeira de Estrelas é uma viagem que pretende devolver a experiência de descoberta e de maravilhamento. A partir de gestos, movimentos e materiais elementares o público é convidado a fazer parte do espetáculo, experimentando-o por dentro. Poeira de Estrelas explora a ideia de que todos somos feitos de matéria estelar, desde o mais pequeno átomo à imensidão do universo. É um jogo de escalas onde o todo e as partes se refletem entre si e se desdobram continuamente em múltiplas possibilidades.
Coreografia e interpretação Yola Pinto Música Noiserv | Conceção plástica Sara Franqueira | Desenho de luz Cristóvão Cunha | Apoio à dramaturgia Rui Catalão | Produção e direção do projeto Tânia M. Guerreiro | Produção [PI ]Produções Independentes | Coprodução São Luiz Teatro Municipal Produções independentes é uma estrutura financiada pelo Ministério da Cultura / Direção Geral das Artes Projeto financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian Espetáculo criado no âmbito do projeto Viagem na Terra
40 min. M/6 . dança/música
NaN: Collider
João Martinho Moura e António Rafael
15.nov. 21h30 . Auditório Teatro das Beiras . Covilhã
“NaN:Collider” é um projeto dos artistas António Rafael e João Martinho Moura, dedicado à ciência, às artes e à exploração espacial. Os dois artistas propõem a exploração de dados, técnicas, algoritmos e representações, inspiradas no contexto da pesquisa e desenvolvimento da exploração espacial, criando um concerto audiovisual imaginário. NaN é um tipo de dados numérico que representa um valor indefinido ou não representável, algo impossível de calcular. Collider refere-se a um conceito oposto, algo muito concreto, usado como ferramenta de pesquisa em física de partículas, acelerando as partículas a uma energia cinética muito alta. Os artistas transportam o público ao longo de viagem pelo espaço profundo, começando na terra, explorando formações de galáxias espirais terminando num misterioso tipo de buraco negro, um universo estético minimalista.
Projeto de António Rafael e João Martinho Moura
35 min. M/12 . multimédia
Sofia Neuparth/CEM
Sopro
24.nov. 21h30 . Auditório Teatro das Beiras . Covilhã
SOPRO é um estudo do nascer do gesto que traz ao encontro a alegria de ser movimento! Não se é corpo sozinho. O prazer de esticar um braço, rebolar, olhar para o céu, tocar o ar, sentir a terra a beijar os pés, dançar. Há uns anos fui descobrindo que o movimento pode fazer-se gesto e que a dança poderia ser a poesia do gesto. Cada forma que se vai fazendo forma, dança a dança que dança…assim possa…e ninguém sabe o que pode um corpo! Seja corpo água, pássaro, luz, nuvem, flor, erva, som, insecto, girafa, peixe. Nunca ressoou em mim a tristeza dos humanos (muitos deles supostamente dedicados à “dança”) quando expressam a incapacidade de “criar” um momento dançante, não que em Sofiez a dança se faça linda e brilhante a todo o momento mas a alegria, o amor de poder dançar, o agradecimento de poder dançar é uma força imensa!
Acompanhei ao longo do caminho da existência vidas complicadas em que o movimento não podia mesmo aparecer, em que o corpo físico se viu enjaulado numa imobilidade cruel. Bem dentro do meu coração acompanhei os últimos anos de quem amo muito, alguém que em criança era selvagem e aventureira e atrevida, alguém que se foi fechando numa concha de não movimento até que qualquer gesto se tornou impossível…e nós humanos aqui a desperdiçar a vida, a inventar complicações que justifiquem a nossa falta de girar, gritar, saltar, existir!
O SOPRO é um grito, um sussurro, uma canção, um beijo, um sopro de amor de existir…não é uma boa dança ou uma dança feia ou…é dança, com a companhia de quem vibra lado a lado, a Margarida na atmosfera e o Bruno na música, e sabem porque danço? porque posso! E que o mundo dance! Que a dança dance! Que o corpo possa!
SOPRO é um Solo de dança de Sofia Neuparth Atmosfera em presença de Margarida Agostinho Música Bruno de Azevedo Produção c.e.m – centro em movimento e Cristina Vilhena Imagens do projeto Play Bleu
60 min. M/6 . dança
Raquel André
Colecção de Amantes
29.nov. 21h30 . Auditório Teatro das Beiras . Covilhã
Raquel André coleciona coisas raras. Entre Lisboa, Ponta Delgada, Rio de Janeiro, Loulé, Minde, Paredes de Coura, Sever do Vouga, Ovar, Manaus, Barreiro, Bergen, Stavanger e Oslo, Varzóvia, Cincinnati e Portland já colecionou 180 amantes (até Setembro 2018), pessoas de todas as nacionalidades, géneros e idades, que aceitaram encontrar-se com ela num apartamento desconhecido para ambos e, em uma hora, construíram uma intimidade ficcionada, capturada pela memória e por fotografias.
As fotografias e os detalhes destes encontros são o conteúdo do espetáculo, que conta o que esta coleção de relações pode significar. O que estamos à procura quando encontramos alguém? Na era do e-mail, facebook, instagram, tinder e grinder, tornamo-nos hábeis em ficcionar intimidades. Postamos o que comemos, o que beijamos, onde vamos, o que pensamos e lemos, o que gostamos e não gostamos - tudo traduzido em views, likes e comments.
A colecção de Raquel é o resultado de uma obsessão pelo fascínio dos terabytes de informação que existem no minúsculo movimento do outro. É uma reflexão sobre intimidade que é explorada de um para um e amplificada em palco, tudo real e tudo ficcionado.
Este trabalho faz parte do seu projeto de Colecção de Pessoas: Colecção de Amantes, Colecção de Coleccionadores, Colecção de Artistas e Colecção de Espectadores.
Colecção de Amantes - OPEN CALL COVILHÃ - um convite de Raquel André para um encontro a dois: Convido todas as pessoas interessadas a fazerem parte desta Colecção - todos os géneros, maiores de 18 anos. Convido-te para durante uma hora, ficcionarmos uma intimidade, criarmos uma situação ficcionada do que é uma intimidade para ti numa relação a dois, e documentarmos esse momento com pelo menos uma fotografia. Esta Colecção é uma vertigem das possibilidades de um encontro entre duas pessoas, será um prazer conhecer-te.
Encontros a decorrer na Covilhã nos dias 26 e 27 de novembro, em local e horário a anunciar às pessoas inscritas. Para + info contactar a Quarta Parede.
COLECÇÃO DE AMANTES de Raquel André | Criação António Pedro Lopes, Bernardo de Almeida e Raquel André | Música noiserv | Desenho de luz Rui Monteiro | Adaptação de luz e direção técnica em tour Carin Geada | Desenho de som João Neves | Produção executiva Missanga | Apoios Fundação GDA e apap-Performing Europe 2020 - a project co-founded by Creative Europe Programme of the European Union
60 min. M/16 . teatro
João Garcia Miguel
A Casa de Bernarda Alba
5.dez. 21h30 . Cine Teatro Avenida . Castelo Branco
Sinto a poesia, a vida, o olhar e a missão artística de Federico Garcia Lorca como uma conexão profunda com a terra e o corpo. Esses são como parceiros e cúmplices de sempre, antigos. A ligação com a escrita e o universo de Lorca é um entendimento do cosmos, uma herança perdida e reencontrada que se funda na lama em que se mergulha, procurando a sementes de flores. E música. A escolha de A Casa de Bernarda Alba é um apelo contra o isolamento que aumenta no mundo. É por isso um libelo, um resistir. Regressam as “Bernardas Albas” crescendo à luz cruel dos nossos dias, como monstros que despedaçam vidas. As “Bernardas Albas” fecham as casas, que é como quem diz, as nossas instituições e são a cada dia mais coercivas. As oportunidades não iguais para todos. Propagam discursos onde subentendem mecanismos de repressão e censura como se defendessem liberdades. Fazem-nos confusos. A diminuição da liberdade do indivíduo é uma atividade diária, uma sucessão de acontecimentos que não se conseguem repudiar e que nos acometem e acantonam em “existências prisão”.
O medo. A ameaça da “morte do pai” – aquele que nos pode salvar e conduzir a um futuro melhor e brilhante é constantemente invocado. Fazem-nos órfãos do futuro e do passado. A exacerbação do presente ameaçador e perigosos é uma força que asfixia e atrofia os músculos do entusiasmo e da vontade de viver. Por oposição natural, a força da terra e da Deusa Mãe reacende-se e ressurge de modo confuso e paradoxal. O medo do corpo que se infantiliza e recusa morrer, procurando fixar-se num perpétuo presente imutável, amplia a perceção dos cinco sentidos.
Na peça, é a morte do pai que precipita a clausura e opressão das mulheres. No mundo, é a separação do passado e a desagregação do presente que levanta sentimentos de desproteção e autoriza a escalada da opressão. Ao futuro só chegaremos se formos obedientes e cumprirmos todas as regras. As que existem e as que ainda serão criadas. As irradiações de poderes autoritários disfarçados de democracia, exercem crescente influência limitadora da liberdade individual.
O gigantismo das grandes instituições e estruturas sociais adaptadas a uma globalização invasiva, desenvolvem formas de despotismo aberto, sem pudor nem freio que as contenham. É o poder das novas ditaduras sociais que em nome da segurança, impõem ao cidadão global regras de conduta e de transparência que condenam a intimidade e a privacidade - como Bernarda Alba o exerceu em sua casa. Essas novas formas de poder surgem associadas às ordens e regras que as instituições sociais nos vão suave e gentilmente agrilhoando. O corpo e a terra precisam de falar. Demos-lhe a voz que Lorca nos deixou.
Texto original Federico García Lorca | Direção e espaço cénico João Garcia Miguel | Elenco Sean O’Callaghan, Annette Naiman, Paula Liberati e Duarte Melo | Figurinos Rute Osório de Castro | Assistência à encenação Rita Costa e Eurico D’Orca | Direção de produção em Portugal Georgina Pires | Consultoria de imagem e comunicação em Portugal Alcina Monteiro | Apoio técnico AUDEX | Uma coprodução Companhia João Garcia Miguel, Teatro Ibérico, DGARTES - Governo de Portugal, Teatro-Cine de Torres Vedras, Junta de Freguesia do Beato e IEFP
80 min . M/12 . teatro
Augusto Brázio e Nelson D’Aires
Residência de Fotografia “Viagens na Minha Terra”
jul-dez. Concelho da Covilhã
Projeto de continuidade 2018-2019
Experienciar e ver o Concelho pela comunidade e pela cultura da Covilhã
Com o projeto “Viagens na Minha Terra”, os autores fotógrafos, sempre que desafiados a explorar fotograficamente um novo concelho, são confrontados com os problemas: identidade, território e expectativa. Neste projeto, os autores, trabalham em vários planos, mas talvez o que mais o caracteriza e define, é o de mostrarem, primeiro, o seu trabalho, as suas experiências e emoções, ao povo que o viu ser feito, e que se interroga: Estes, que nos visitam, que imagem fazem de nós? Esta é a pergunta latente por quem se cruza com os autores, seja como observador ou como fotografado. Augusto Brázio e Nelson d’Aires sabem que, “o verdadeiro conteúdo de uma fotografia é invisível, porque deriva de um jogo, não com a forma, mas com o tempo” (John Berger, 1972). Em cada viagem o jogo é lançado. A performance da fotografia oscila na variação da intensidade entre a consciência dos pólos de ausência e presença.